Simpósio de Hepatites Virais reúne pesquisadores e profissionais em mês dedicado à prevenção

Com palestras e oficinas, o evento buscou chamar a atenção para a importância da formação dos profissionais da saúde além de debater questões voltadas ao diagnóstico e tratamento de pacientes.

segunda-feira, 8 de julho de 2019 |
Evento ocorreu durante 3 dias e contou com palestras e oficinas na programação

O ambulatório de Hepatites Virais do Centro de Pesquisa em Medicina Tropical de Rondônia (Cepem) alcançou, em 2019, o número de 7.377 pacientes crônicos cadastrados. Só neste ano, entre os meses de janeiro e junho, 130 novos casos foram registrados no ambulatório, a maioria de Hepatite B. A doença não tem cura e o tratamento tem muito a avançar.

Os dados foram apresentados durante o I Simpósio de Hepatites Virais de Rondônia que foi realizado entre os dias 3, 4 e 5 de julho, em Porto Velho, e contou com a participação de mais de 200 pessoas, entre estudantes, pesquisadores e profissionais da saúde, de vários municípios do estado.

Para o pesquisador em Saúde Pública da Fiocruz RO e médico infectologista do Cepem, Juan Miguel Villalobos-Salcedo, muitos desafios precisam ser superados “uma vez que temos um tratamento para a Hepatite B ainda com resultados precários, diante da complexidade de multiplicação do vírus, e opções terapêuticas que não acompanham a necessidade do paciente”, pontuou.

O doutor em Ciências Biológicas pela Universidade de São Paulo (USP), João Renato Rebello Pinho, destacou, durante o evento, avanços no tratamento da Hepatite C, afirmando que atualmente é observado grande progresso no acompanhamento de pacientes, com a utilização de novos medicamentos e efeitos colaterais menos agressivos.

De acordo com a gerente estadual de Vigilância Epidemiológica da Agência Estadual de Vigilância em Saúde (Agevisa), Arlete Baldez, os municípios têm dado grande contribuição com campanhas e ações voltadas à conscientização, mas é preciso “combater a descontinuidade no tratamento, trabalhar na ampliação dos testes rápidos e oferecer formação continuada aos profissionais da saúde, além melhorar o registro de pacientes”.

Outro dado que chama a atenção é o grande número de pessoas que convivem com hepatite e não sabem que são portadoras do vírus, como afirmou o representante da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Elton Carlos de Almeida. Ele destacou esforços do Ministério no sentido de implementar o Plano Amazônico e Plano para Eliminação da Hepatite C, em todos os estados da região Norte do país.

Mariana Pinheiro Vasconcelos, médica infectologista do Cemetron, ministrou palestra no evento.

Mariana Pinheiro Vasconcelos, médica infectologista e coordenadora da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar e da Unidade de Terapia Intensiva do Centro de Medicina Tropical de Rondônia (Cemetron), enfatizou o histórico de prevalência das hepatites B e C na região, segundo ela “apenas em 2017, Porto Velho foi a segunda capital com a maior incidência de Hepatite B”, com o registro de 25,6 casos para cada 100 mil habitantes.

A médica também alertou que só nos últimos dois anos, 315 pacientes com Hepatite B foram cadastrados no ambulatório de Hepatites Virais do Cepem. A médica infectologista Lourdes Maria Pinheiro Borzacov, que tem experiência no tratamento de pacientes com doenças infecciosas e parasitárias abordou, entre outros assuntos, os desafios enfrentados pelos profissionais da saúde para um melhor diagnóstico e a importância da imunização.

Para a vice-coordenadora de Ensino, Informação e Comunicação da Fiocruz RO, Deusilene Vieira, o evento trouxe aos participantes uma grande oportunidade para a troca de experiências e aprimoramento das ações já realizadas em suas localidades. Deusilene Vieira, responsável pelo Laboratório de Virologia Molecular, ressaltou a importância de estudos desenvolvidos com foco na descoberta de novas técnicas para o diagnóstico e tratamento de pacientes portadores de hepatites.

O I Simpósio de Hepatites Virais de RO foi realizado numa parceria entre a Agência Estadual de Vigilância em Saúde (Agevisa) e Fiocruz Rondônia.

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Texto: José Gadelha

Fotos: José Gadelha