Implementação de uma plataforma de avaliação de novos compostos contra as formas hepáticas de Plasmodium vivax

Devido a formação e reativação de formas dormentes residentes no fígado do hospedeiro, a malária vivax é caracterizada por recaídas periódicas de infecção que dificultam os esforços em controlar a doença. Estratégias de tratamento da malária vivax dependem da combinação de fármacos que atuem em ambos os estágios, exoeritrocítico (no fígado) e eritrocítico (no sangue). Atualmente, as únicas intervenções quimioterápicas capazes de eliminar as formas hipnozoítas são: a primaquina e a tafenoquina. Porém, ambos os fármacos são contraindicados às gestantes, crianças e pacientes com deficiência G6PD. Embora a busca por novos antimaláricos seja urgente, a obtenção de modelos in vitro das formas exoeritrocíticas de P. vivax é desafiadora, devido às dificuldades de sua cultura in vitro, e da obtenção das formas infectantes dos hepatócitos (esporozoítos). Portanto, com o recente estabelecimento da colônia de Anopheles darlgini com capacidade para produzir esporozoítos de P. vivax e a disponibilidade de isolados locais, somados ao desafio da saúde pública em se obter novos compostos contra as formas hepáticas do P. vivax, o projeto tem como objetivo o desenvolvimento de uma plataforma de infecção de hepatócitos para avaliação de novos compostos contra as formas exoeritrocíticas do P. vivax. Além da avaliação de novos compostos para futuro tratamento contra a malária vivax, a implementação desta plataforma de infecção de hepatócitos poderá ser utilizada na testagem de anticorpos candidatos a vacina contra P. vivax; em estudos de mecanismos de bloqueio de invasão de hepatócitos e descrição de resistência aos fármacos já utilizados pelo SUS no tratamento da malária vivax.

Coordenadora: Maisa da Silva Araújo

Colaboradores: Centro de Pesquisa em Medicina Tropical (CEPEM); Organização Mundial Medicines for Malaria Venture (MMV); Centro de Pesquisa e Inovação em Biodiversidade e Fármacos (CibFar); Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado – FMT- HVD.

Financiamento: PPSUS/FAPERO;
Organização Mundial Medicines for Malaria Venture (MMV)