A Fundação Oswaldo Cruz, em parceria com as fundações de amparo à pesquisa dos estados do Amazonas e Rondônia (Fapeam e Fapero), torna público o resultado (após fase de recursos) dos projetos selecionados pelo Edital Inovação na Amazônia.
A chamada integra o Eixo Desenvolvimento do Programa Inova Fiocruz, que tem como objetivo o desenvolvimento institucional e regional para atender demandas de saúde locais, potencializando a obtenção de recursos, por meio de parcerias com as fundações de Amparo à Pesquisa nesses dois estados. No total, foram selecionados 20 projetos, que deverão ser financiados pelo Programa, cujas propostas tratam de temáticas como a biodiversidade amazônica, vigilância, controle e tratamento de doenças tropicais, e/ou negligenciadas e emergentes na região, além de propostas que buscam o desenvolvimento regional, por meio de soluções que estimulem a integração dos serviços de saúde e das práticas de vigilância em saúde na área de abrangência dos estados de Rondônia e Amazonas, considerando os múltiplos contextos sociais, epidemiológicos, econômicos e culturais.
Nísia Trindade, presidente da Fiocruz, destacou a relevância da iniciativa. “A Amazônia tem que ser avaliada nos termos daqueles que constroem a sua realidade, mas não pode estar isolada. Com essa iniciativa, a Fiocruz dá materialidade e concretude a uma proposta apresentada no seu 8º Congresso Interno – instância que reúne delegações de todos os institutos da Fundação – em que foi estabelecida tese de valorizar e realizar ações específicas em prol da soberania e desenvolvimento sustentável da Amazônia”.
Para o coordenador da Fiocruz Rondônia, Jansen Fernandes de Medeiros, esta é uma iniciativa pioneira neste formato, congregando propostas de pesquisadores desses dois estados da Amazônia Ocidental. “Recebemos com muita alegria o resultado deste Edital. Certamente, teremos muitos frutos com as propostas que foram aprovadas, da mesma forma que também ansiamos pela regularidade, permanência de oportunidades que possam contemplar as nossas demandas, que são muitas. Apesar da nossa pouca idade, apenas 13 anos, a Fiocruz Rondônia tem dado relevantes contribuições ao desenvolvimento da ciência e da Amazônia, e para que continuemos firmes com nossa missão é fundamental que tenhamos iniciativas como esta”, reforçou.
O diretor científico da Fapero, Andreimar Martins Soares, detalhou os projetos de Rondônia que foram aprovados. Segundo ele, “para o estado de Rondônia, foram submetidas 14 propostas, sendo 10 projetos de pesquisas recomendados para financiamento, após análise de mérito técnico-científico. Temas importantes como: Vigilância de agentes zoonóticos em animais silvestres e domésticos e vetores artrópodes; Desenvolvimento de um ensaio molecular de amplo espectro para rastreamento de arboviroses negligenciadas; Vigilância genômica do vírus Oropouche para investigação da ocorrência da febre Oropouche; Análise clínico-molecular da doença hepática avançada e desenvolvimento de um ensaio para identificação de biomarcadores de hepatocarcinoma celular; Eficácia do laser de baixa intensidade vermelho e infravermelho para a redução das manifestações locais nos envenenamentos ofídicos; Implementação de um protocolo automatizado para desenvolvimento de novos fármacos; Integrar e predizer desfechos não favoráveis em Tuberculose e Desenvolvimento de sensores eletroquímicos baseados em nanocorpos de camelídeos voltados ao diagnóstico diferencial do envenenamento por serpentes”.
Desta forma, a sociedade rondoniense deverá ser beneficiada com estas pesquisas a médio prazo, as quais podem reverter desde produtos tecnológicos e transferência de tecnologia, assim como resultados que podem beneficiar o Sistema Único de Saúde do estado.
Confira a relação dos projetos aprovados.
Texto: José Gadelha
Fotos: José Gadelha/Ingrid Anne (ILMD/Fiocruz Amazônia)