Fiocruz Rondônia identifica variante Delta no estado

Estudos de análise genômica são realizados desde abril de 2020 e permitem acompanhar a evolução do vírus e as novas variantes circulantes no estado.

segunda-feira, 6 de setembro de 2021 |

Por meio de sequenciamento genético do SARS-CoV-2, em parceria com a Rede de Vigilância Genômica da Fiocruz, o Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen) e o Instituto Leônidas e Maria Deane (ILMD – Fiocruz Amazônia), a Fiocruz Rondônia identificou a presença da variante Delta (B.1.617.2) em 15,9% das amostras analisadas.

Foram sequenciadas 44 amostras positivas para Covid-19, referentes ao mês de agosto de 2021, coletadas nos municípios de Porto Velho, Guajará-Mirim, Jaru, Ariquemes, Cacoal e Ouro Preto do Oeste, sendo que 7 – do total de 44 amostras – foram caracterizadas como variante Delta.

Deusilene Vieira, pesquisadora em Saúde Pública e chefe do Laboratório de Virologia Molecular, informa que a variante Gamma (P.1) continua sendo prevalente nas regiões analisadas. Conforme o estudo, de todas as amostras analisadas, 37 foram caracterizadas como variante Gamma e subvariantes, o que corresponde a 84,1% das amostras coletadas. Dentre as subvariantes identificadas, 51,4% foram caracterizadas como exclusivamente P.1; 29,7% como P.1.4 e 18,9% como P.1.7.

Variante Delta foi identificada em 7 de 44 amostras

A vigilância genômica do SARS-CoV-2 vem sendo desenvolvida em Rondônia, desde abril de 2020. Durante esse tempo, tem sido realizado um intenso monitoramento para a identificação das novas variantes circulantes no estado e a observação do comportamento do vírus na região. “Esse trabalho é extremamente importante, porque permite a nós – pesquisadores da Rede Genômica – avaliarmos o perfil das mudanças que vêm ocorrendo no vírus, correlacionando o resultado desses estudos com o cenário atual”, reforça Deusilene Vieira.

A pesquisadora informou que não há registros, até o momento, de mortes que tenham ocorrido entre os pacientes do grupo analisado, mas fez um alerta sobre a alta transmissibilidade do vírus associada à variante Delta, e destacou que as medidas de distanciamento social, uso de máscaras, a higienização de alimentos e mãos, de forma adequada, além da vacinação são fundamentais para interromper o ciclo de evolução e disseminação do SARS-CoV-2.

Texto: José Gadelha

Fotos: Fiocruz Imagens