O Instituto de Educação Carmela Dutra, localizado na região central de Porto Velho, foi palco na última sexta-feira (04/10) de mais uma edição do #GenomicDay, evento gratuito organizado com o objetivo de disseminar a cultura científica, entre estudantes do Ensino Médio. Esta é a segunda vez que a Fiocruz RO participa com uma programação diversificada, reunindo conceitos como DNA, genes e genomas e suas mais variadas aplicações, priorizando uma linguagem lúdica e atrativa aos estudantes e professores.
De acordo com o coordenador local do evento, pesquisador em Saúde Pública e chefe do Laboratório de Epidemiologia Genética da Fiocruz RO, Gabriel Eduardo Melim Ferreira, cerca de 160 estudantes participaram das atividades que iniciaram, pela manhã, com uma palestra sobre a importância de se estudar genética, na atualidade, ministrada pela pesquisadora Michelle de Oliveira e Silva.
A pesquisadora abordou a necessidade de estudos sobre genética para a compreensão de doenças e até mesmo para a produção de medicamentos. “Se ficarmos sem desenvolver essas pesquisas, aqui no Brasil, deixaremos de produzir conhecimentos importantes para o entendimento de doenças comuns em nossa região, além de ficarmos mais vulneráveis a quadros de adoecimento, e dependentes da produção desse conhecimento em outros países”, enfatizou Michelle Oliveira.
Os estudantes também tiveram a oportunidade de entender o papel das ciências básicas, por meio de palestra ministrada pelo pesquisador Fernando Berton Zanchi, que possibilitou aos participantes, de forma prática, a construção de um modelo computacional de um fragmento de DNA. Para o pesquisador, a ideia é muito mais que reunir estudantes do Ensino Médio para uma aula sobre conceitos de Biologia e Genética, “o nosso papel é demonstrar de que forma o computador pode ser uma poderosa e acessível ferramenta para o entendimento dos mecanismos de hereditariedade e mutações gênicas, por exemplo”, finalizou.
Pela primeira vez no #GenomicDay, o pesquisador em Saúde Pública, Moreno Magalhães de Souza Rodrigues, levou, de um jeito simples e interativo, o ensino da matemática na explicação e classificação de dados genéticos, e salientou a necessidade de adequar a linguagem para uma melhor compreensão por parte dos estudantes. A bioinformática e sua contribuição no estudo de microorganismos presentes no corpo humano, com foco na relação saúde X doença, foi o assunto explanado pelo pesquisador Márlon Grégori Flores Custódio, que salientou a importância da iniciativa para o fortalecimento da ciência.
Inclusão Social por meio da ciência
A aproximação do cientista com a comunidade é algo extremamente necessário para o público entender não só a função e contribuição do cientista na sociedade, mas também o papel desempenhado pela Fiocruz RO na região, e “o #GenomicDay vem se consolidando como ferramenta que possibilita essa aproximação”, declara o coordenador local do evento, Gabriel Melim. Segundo ele, além de promover maior interação entre estudantes, professores e pesquisadores, o evento permite a inclusão social a partir do momento que novas escolas se veem convidadas a abraçar a iniciativa e a multiplicar a ideia entre os estudantes. A diretora do Instituto Carmela Dutra, Vera Lúcia Borges da Silva Lima, parabenizou aos organizadores e afirmou que “este projeto faz com que os alunos conheçam o universo científico, abrindo caminhos para novas possibilidades de aprendizado, pois com as palestras ministradas eles saem da teoria e avançam na prática e no conhecimento”, destacou.
Texto: José Gadelha
Fotos: Gabriel Melim/José Gadelha