Fiocruz RO é contemplada em Chamada para projetos de Memória Institucional

Proposta da Fiocruz RO busca fazer um resgate histórico sobre fatos e acontecimentos que foram decisivos para o desenvolvimento da pesquisa em Saúde Pública, na região. Além de propor uma homenagem aos 10 anos de estabelecimento da instituição no estado e aos 120 anos da Fundação Oswaldo Cruz no Brasil.

sexta-feira, 19 de junho de 2020 |
Laboratório de Virologia Molecular

Cumprindo importante papel de valorização da vida, da ciência e de seus pesquisadores, a Fiocruz RO dá mais um passo na consolidação de ações estratégicas que também contribuam para o desenvolvimento da região e popularização da ciência.

O projeto intitulado “Fiocruz RO: histórias de vidas dedicadas à ciência na Amazônia” foi contemplado em Chamada Pública para apresentação de propostas para projetos de Memória Institucional. Participaram da seleção diferentes unidades da Fiocruz, e o resultado final com as propostas aprovadas foi divulgado nesta sexta (19/06) no Campus Virtual. Uma comissão foi instituída pela Vice-presidência de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz para a avaliação das propostas.

Jansen Fernandes de Medeiros, pesquisador em Saúde Pública e coordenador da Fiocruz RO, explica que o projeto é uma iniciativa inovadora e de impacto para o fortalecimento institucional e aproximação com a sociedade, pois “dedica-se ao resgate da nossa memória, contemplando personagens com expressiva atuação na Amazônia, no desenvolvimento da pesquisa em doenças tropicais e negligenciadas”. Desta forma, a proposta busca alcançar o objetivo maior que é estabelecer o diálogo entre o passado, o presente e o futuro, por meio do acesso a narrativas que irão descrever um importante período da história da medicina e da pesquisa em saúde, na região.  

Para a vice-coordenadora de Ensino, Informação e Comunicação da Fiocruz RO, Deusilene Vieira, com a aprovação deste projeto “a instituição reafirma o compromisso já assumido com as populações da Amazônia”, permitindo ao público o acesso ao conhecimento histórico sobre os passos iniciais da pesquisa em saúde no Norte do país, e implementação do Escritório Técnico da Fiocruz no estado de Rondônia, o que ocorreu em 2009, após incorporação do Instituto de Pesquisas em Patologias Tropicais, Ipepatro.  

O projeto

Luiz Hildebrando, referência mundial no estudo de doenças tropicais.

O projeto contemplado deverá ser executado até o primeiro semestre de 2021. Trata-se da elaboração de um livro intitulado “Fiocruz-RO: histórias de vidas dedicadas à ciência na Amazônia”. A proposta prevê a realização de entrevistas com pesquisadores que deram grande contribuição ao desenvolvimento da pesquisa em saúde pública e colaboraram com ações decisivas para o surgimento da Fiocruz no estado e consolidação de linhas de pesquisa pioneiras. Uma das seções do livro será dedicada ao cientista Luiz Hildebrando Pereira da Silva, idealizador do Ipepatro. Mais conhecido como professor Hildebrando, o pesquisador deixou um grande legado aos estudos sobre patologias tropicais, em especial a malária.

Deusilene Vieira explica que a obra também fará um resgate ao começo do século passado, construindo uma narrativa histórica sobre a passagem do médico sanitarista Oswaldo Cruz, período em que esteve a serviço da empresa responsável pela construção da Estrada de Ferro Madeira Mamoré (E.F.M.M). O historiador Dante Ribeiro da Fonseca, professor da Universidade Federal de Rondônia (Unir), ressalta a importância desta iniciativa “pois a medicina na Amazônia ingressou definitivamente na era da ciência moderna, por meio de Oswaldo Cruz e de sua equipe que trabalharam intensamente para combater as doenças tropicais na regão”. Esses são registros que já aparecem em algumas obras, mas agora serão colocados em um texto, no qual a ação de Oswaldo Cruz em Rondônia se integra numa paisagem mais ampla da sua atuação na Amazônia.

A ideia é estabelecer uma ponte entre as principais ações executadas pelo sanitarista até iniciativas mais recentes que culminaram em projetos de relevância na área da pesquisa em saúde. “Nossa proposta é contribuir para a valorização da vida, da ciência e dos pesquisadores que se dedicam à Amazônia, principalmente, neste momento em que o mundo enfrenta uma crise sanitária provocada pelo novo coronavírus”, finalizou Deusilene.

Texto: José Gadelha

Fotos: José Gadelha/Agência Fapesp