Fiocruz divulga nota sobre mancha de óleo no litoral do Nordeste

A Fundação Oswaldo Cruz reafirma seu compromisso de integrar a rede colaborativa institucional de resposta ao derrame de petróleo na costa marítima do Nordeste brasileiro.

quinta-feira, 31 de outubro de 2019 |

Em 30 de agosto, surgiram as primeiras  manchas  de  óleo  no  litoral  do  Nordeste,  atingindo, até o momento, 268 locais em 94 municípios e nove estados do Nordeste. Trata‐se de um desastre ambiental extensivo, sem fonte identificada, envolvendo decisões em condições de incertezas. 

Chama a atenção o fato de que os dados divulgados sobre os locais atingidos apontam para situações e níveis de contaminação diversos:  diferentes grupos populacionais, como militares e defesa civil, pescadores e marisqueiras, voluntários, entre outros, estão expostos aos riscos de contaminação, seja pela inalação, pelo contato dérmico ou pela ingestão de alimentos contaminados. 

Os governos estaduais e municipais dos estados da Região Nordeste, bem como as secretarias municipais de Saúde e o Ministério da Saúde (MS), vêm atuando, desde o início desse evento, com objetivo de fortalecer as ações de vigilância em saúde (trabalhadores, epidemiológica, sanitária e ambiental), e de atenção à saúde das populações expostas. 

A  Fundação  Oswaldo  Cruz  (Fiocruz),    em  consonância  com  sua  missão  de  “produzir,  disseminar  e  compartilhar  conhecimentos  e  tecnologias  voltados  para  o  fortalecimento  e  a  consolidação do Sistema Único de Saúde (SUS) e que contribuam para a promoção da saúde e  da qualidade de vida da população brasileira, para a redução das desigualdades sociais e para a  dinâmica nacional de inovação, tendo a defesa do direito à saúde e da cidadania ampla como  valores  centrais”,  e  considerando  a  complexidade  do  desastre  em  curso,  e  ainda  a  não  identificação de sua causa – o que exigirá atenção redobrada por parte do Estado –, reafirma  seu  compromisso  de  integrar  a  rede  colaborativa  institucional  de  resposta  ao  derrame  de  petróleo na costa marítima, oferecendo para isso:  

  • Apoio estratégico ao MS e SUS na participação do setor saúde na resposta ao desastre; 
  • Disponibilização da competência técnico‐científica e infraestrutura da instituição; 
  • Instituição de Sala de Situação no âmbito da Presidência da Fiocruz, com envolvimento  das  direções  dos  institutos  e  unidades  da  Região  Nordeste,  em  apoio  ao  Centro  de  Operações de Emergência (COE ‐Petróleo), do Ministério da Saúde; 
  • Suporte técnico‐científico aos governos e sociedade dos estados atingidos; 
  • Apoio  às  populações  atingidas  no  cuidado,  monitoramento  e  assistência  diante  dos  riscos a que estão expostas. 

NÍSIA TRINDADE LIMA 

Presidente da Fiocruz