Mais do que reunir estudantes e pesquisadores, para apresentações de trabalhos, a Reunião Anual de Iniciação Científica (RAIC) é uma oportunidade para a transmissão de saberes e trocas de experiências, em diferentes áreas de pesquisa, com foco na saúde pública. Os participantes também têm a oportunidade de ser avaliados por pesquisadores doutores e receber orientações sobre os projetos desenvolvidos.
Todos os trabalhos foram apresentados por estudantes de Iniciação Científica, estagiários e voluntários que possuem projetos em andamento, nos laboratórios da Fiocruz RO. As temáticas foram variadas, envolvendo estudos sobre Leishmaniose, hepatites, caracterização clínica dos casos de microcefalia identificados em Rondônia e síndrome congênita associada ao zika vírus, entre outros de relevância para a pesquisa e saúde pública na região.
Na abertura do evento, o diretor científico da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Rondônia (Fapero), Andreimar Soares, destacou a importância dos investimentos em tecnologia e inovação para promover mudanças sociais significativas. “É preciso despertar a inovação científica, só assim poderemos transformar a sociedade a partir da ciência que produzimos, e isso exige muito do pesquisador, é preciso dedicação, doação”, reforçou.
Ainda no primeiro dia, os participantes do evento também foram conduzidos à uma reflexão sobre o papel do pesquisador na Pós-modernidade, em palestra ministrada pelo professor do Departamento de Educação da Universidade Federal de Rondônia (Unir), Wendell Fiori de Faria.
Já no segundo dia, o pesquisador em Saúde Pública, Quintino Moura Dias Júnior, chefe do Laboratório de Neuro e Imunofarmacologia da Fiocruz RO, abordou os mecanismos de proteção e registro do conhecimento no âmbito da pesquisa. “Nosso foco é ajudar os pesquisadores a decidir de que forma podem expor esses conhecimentos, lembrando que na cadeia de inovação é necessário proteger e dar visibilidade aos resultados obtidos em pesquisa”, destacou o pesquisador.
Para a coordenadora dos programas de Iniciação Científica PIBIC e PIBIT da Fiocruz RO, Carolina Bioni Garcia Teles, que também coordenou o evento, os projetos apresentados revelam o potencial para a pesquisa que esses estudantes possuem, lembrando que em cada trabalho realizado há o olhar de um pesquisador em formação.
Breve histórico da Raic em Porto Velho
A Reunião Anual de Iniciação Científica passou a integrar as atividades de pesquisa da Fiocruz RO, em 2011, como continuidade das ações do Programa de Iniciação Científica do Instituto de Pesquisa em Patologias Tropicais (Ipepatro).
A pesquisadora em Saúde Pública Carla Freire Celedônio Fernandes, que coordenou a primeira edição do encontro, em Porto Velho, e hoje atua no Escritório Técnico da Fiocruz Ceará explica que ao longo desses 9 anos de realização do evento em Rondônia, a RAIC ganhou em qualidade das pesquisas apresentadas e na atuação dos pesquisadores envolvidos. “Também é importante destacar que este é um momento de grande relevância para o amadurecimento de alunos participantes e pesquisadores, além da aproximação entre os diversos grupos de trabalho”, enfatizou.
Todos os dias estudantes iniciam alguma atividade de Iniciação Científica nas mais variadas áreas, sob orientação de pesquisadores que dedicam tempo e conhecimento na formação qualificada de novos recursos humanos, que poderão atuar na melhoria da qualidade de vida da população.
Ao final do evento, a vice-coordenadora de Ensino, Informação e Comunicação da Fiocruz RO, Deusilene Vieira, ressaltou a necessidade de dar visibilidade às produções acadêmicas, pois boa parte da sociedade desconhece os trabalhos desenvolvidos, nesses espaços dedicados à pesquisa, e sua importância para o desenvolvimento do país.
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Texto: José Gadelha
Fotos: Wellington da Silva/José Gadelha