Para oportunizar o aprendizado teórico-prático aos acadêmicos de diferentes áreas do conhecimento sobre a megabiodiversidade amazônica, foi realizado entre os dias 27/02 e 03/03 a terceira edição do “Curso de Verão em Biotecnologia para Prospecção de Produtos Naturais Aplicados à Saúde”.
A iniciativa é do Laboratório de Biotecnologia de Proteínas e Compostos Bioativos Aplicados à Saúde (LABIOPROT) da Fiocruz Rondônia, em colaboração com a Universidade Federal de Rondônia (UNIR). As aulas aconteceram no Centro de Estudos de Biomoléculas (CEBIO), localizado no campus da UNIR, em Porto Velho-RO.
Nosso objetivo maior é com a formação de recursos humanos. Neste curso, tivemos a oportunidade de debater e aprofundar os conhecimentos sobre a rica biodiversidade amazônica, o uso racional de tecnologias avançadas para transformar o conhecimento científico básico em potencial aplicado, na busca de novos protótipos (futuros medicamentos) que podem ser utilizados no diagnóstico ou até mesmo na terapêutica de doenças tropicais e negligenciadas, a exemplo da leishmaniose, a malária, a doença de Chagas, e outras enfermidades que acometem a saúde humana e animal da nossa região”,
declarou o pesquisador-especialista Andreimar Martins Soares, responsável pelo LABIOPROT/Fiocruz RO e organizador do curso.
Capacitar e formar profissionais cada vez mais qualificados em conhecimentos técnicos-científicos de excelência, auxilia a transformar positiva e assertivamente a sociedade e o seu entorno, de forma sustentável e produtiva. Nesse sentido, foram selecionados 12 participantes, alunos de graduação que vieram de diversas instituições de ensino superior do estado de Rondônia.
Durante o curso, eles participaram de palestras, discussões e atividades práticas, o que proporcionou aos alunos uma compreensão abrangente dos fundamentos das Biotecnologias Aplicadas à Saúde. Segundo Andreimar Soares, “essas iniciativas tornam-se um avanço significativo na comunicação científica e proporcionam aos estudantes, a oportunidade de ampliar seus conhecimentos nas áreas de Bioquímica, Toxinologia e Biologia Molecular”.
Para Anny Reis, que cursa bacharelado em Farmácia, “foram dias de muito aprendizado, que me ajudaram a estabelecer um melhor direcionamento em meus propósitos acadêmicos e profissionais”. Já a acadêmica de Biomedicina, Jordana Freitas, conta que entrou para a graduação com uma visão um pouco limitada, mas o curso a ajudou a ampliar o seu horizonte de observações, e parabenizou a organização “pelo cuidado com todas as etapas do curso, que serviu de muita inspiração, desejando encontrar, no futuro, os demais participantes como colegas de trabalho”. João Victor Rangel, que cursa Ciências Biológicas, gostou de aprender sobre as técnicas e sobre os equipamentos,
entendi que é possível a realização de várias etapas de um projeto de pesquisa, desde o isolamento de uma molécula até a sua expressão. O curso foi agregador na minha formação científica. Agradeço o cuidado que toda a equipe teve com os participantes”,
finalizou o estudante.
Novos caminhos
De acordo com Andreimar Soares, o curso foi cadastrado no Campus Virtual da Fiocruz, e mesmo sendo presencial em Porto Velho, houve mais de 100 candidatos inscritos, de 20 estados brasileiros, “demonstrando o interesse de acadêmicos residentes de mais de 40 cidades, na busca de oportunidades para aprofundarem seus conhecimentos sobre os temas de biotecnologia e bioprospecção, além de participarem do processo ativo de divulgação científica”, complementou.
O LABIOPROT e seus colaboradores pretendem continuar organizando eventos dessa natureza, pois, a partir dessas iniciativas, poderão contribuir para o desenvolvimento do conhecimento nessas áreas e promover a disseminação científica e a formação de futuros profissionais nas áreas de Bioquímica, Biotecnologia e Toxinologia, especialmente na Amazônia Ocidental.
José Gadelha
Fotos: LABIOPROT