Desde que começou a realizar os exames específicos para o diagnóstico do novo coronavírus, no dia 19 de março, o Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen) já liberou aproximadamente 18 mil resultados para Covid-19.
Antes de serem realizados em Rondônia, esses exames eram feitos na Fundação Oswaldo Cruz no Rio de Janeiro, e no Instituto Adolfo Lutz (IAL), em São Paulo. As amostras coletadas em Porto Velho e no interior do estado eram encaminhadas, uma vez por semana, o que acabava atrasando a entrega dos resultados.
Diante da crescente demanda, a Fiocruz RO firmou parceria com o Lacen para dar suporte às atividades de diagnóstico de Covid-19, além de dar encaminhamento a projeto de pesquisa voltado à caracterização e identificação do vírus Sars-CoV-2, circulante na região.
A colaboração efetiva permitiu o envio de profissionais qualificados em Biologia Molecular, que, inicialmente, contribuiriam no diagnóstico, mas devido ao aumento dos casos de Covid- 19, em Rondônia, esses profissionais passaram a integrar a rotina do Laboratório de Vírus Respiratórios, alguns de forma voluntária e outros por meio de contrato, distribuídos em três turnos.
A pesquisadora em Saúde Pública, Deusilene Vieira, chefe do Laboratório de Virologia Molecular da Fiocruz RO, informou que foram disponibilizados equipamentos para a ampliação do diagnóstico. Como alternativa para o aumento do quantitativo de amostras avaliadas diariamente, a Fiocruz RO propôs padronização do diagnóstico da Covid-19 em outros aparelhos de Real Time PCR, em especial o Rotor-Gene.
Para Aline Linhares Mendonça, assessora técnica do Lacen, essas ações refletem diretamente no aumento da capacidade analítica diária do estado de Rondônia, “ou seja, mais exames podem ser realizados, além de verificarmos expressiva redução no tempo de espera dos resultados desses exames”.
A diretora do Lacen, Cicileia Correia da Silva, destacou a parceria como estratégica para o fortalecimento das ações epidemiológicas e diagnósticas frente às necessidades dos pacientes que são atendidos no Sistema Único de Saúde (SUS), em Rondônia. Atualmente, um dos principais desafios para uma maior cobertura e capacidade diagnóstica é a demora no envio, pelo Ministério da Saúde, de insumos necessários para a realização de exames.
Texto: José Gadelha
Fotos: Fiocruz/Lacen