Bolsistas da Fiocruz Rondônia são indicados à Premiação do CNPq

Candidatos foram avaliados conforme critérios de relevância e qualidade dos relatórios de pesquisa, originalidade e inovação, atuação e contribuição ao desenvolvimento da ciência, perfil e histórico escolar. Cerimônia de premiação ocorrerá em julho durante a 76ª Reunião Anual da SBPC.

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2024 |
Notas e desempenho apresentados na Reunião Anual de Iniciação Científica (RAIC/2023) foram considerados para indicação dos bolsistas à Premiação do CNPq. Foto: Maria Clara Rodrigues

Os estudantes Eduardo Hernany Pantoja de Macedo e Elise Bitencourte de Laia, bolsistas dos programas institucionais de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (PIBIT) e de Iniciação Científica (PIBIC), foram indicados pela Fiocruz para concorrerem ao “Prêmio Destaque na Iniciação Científica e Tecnológica (2023)” do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

A premiação é concedida anualmente, em colaboração com a Academia Brasileira de Ciências (ABC) e com a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). O objetivo é reconhecer estudantes de graduação bolsistas de iniciação científica e tecnológica do CNPq – participantes dos programas institucionais PIBIT e PIBIC, que se destacaram em seus projetos e com relevante contribuição ao desenvolvimento da ciência.

Soraya Santos, coordenadora dos programas PIBIT e PIBIC na Fiocruz Rondônia, explica que os candidatos passam por uma seleção interna em cada unidade, sendo avaliados conforme suas notas na Reunião Anual de Iniciação Científica (RAIC). Segundo Soraya,

a pontuação desses alunos, participantes da RAIC, é extremamente importante para a seleção inicial, de modo que aqueles que mais se destacam em relação à nota e seus relatórios são selecionados por uma comissão geral da Fiocruz, para serem indicados ao Prêmio CNPq”.

Elise Bitencourte de Laia começou sua trajetória na iniciação científica em 2022, no Centro de Estudos de Biomoléculas Aplicadas à Saúde (Cebio), da Fiocruz Rondônia, quando cursava o 3º período da graduação em Química na Universidade Federal de Rondônia (Unir).

Atualmente, desenvolvendo projeto dedicado a buscar moléculas ativas oriundas da árvore mulateiro (bastante comum na região amazônica) contra malária, a estudante pretende contribuir para um tratamento mais eficaz e menos agressivo contra a doença, utilizando a rica biodiversidade da região,

buscamos encontrar um bioativo e consequentemente um medicamento eficaz. Como parte da equipe do CEBio, estamos nos esforçando bastante para essa pesquisa alcançar resultados que sejam aplicáveis no dia a dia da população. Essa indicação ao prêmio é reflexo do nosso comprometimento no enfrentamento da malária”,

conclui Elise.

A pesquisadora Geisa Evaristo, que coordena estudos no CEBio, destaca as características pessoais de sua orientanda e reforça a importância deste projeto para a saúde pública, “além de ser comprometida e esforçada em sua pesquisa, a Elise é uma pessoa admirável, que possui diversas qualidades, como espontaneidade, entusiasmo, vontade por aprender e superar dificuldades, empatia e sororidade. Ela é muito respeitada e querida pelos seus colegas, tanto na Unir, onde é representante discente do curso de Química, quanto na Fiocruz, onde é atenciosa e colaborativa com os demais alunos e pesquisadores. Possui um sorriso contagiante e energia positiva que iluminam o ambiente. Além disso, o projeto em destaque é pautado na valorização da biodiversidade e cultura amazônica, combinando conhecimento tradicional com ferramentas modernas em metabolômica com o objetivo de desenvolver novos fármacos antimaláricos e representa o que há de melhor na ciência brasileira: criatividade, inovação e compromisso social”.

Como acadêmico de Ciências da Computação, Eduardo Hernany está vinculado ao Laboratório de Bioinformática e Química Medicinal (LABIOQUIM) da Fiocruz Rondônia. O estudante recebe a indicação ao prêmio como um reconhecimento ao trabalho realizado na graduação e na iniciação científica, marcando um ponto significativo em sua jornada como cientista, em que une as áreas da computação e da biologia molecular, para avançar na descoberta de novas substâncias no tratamento de doenças negligenciadas na Amazônia.

Agradeço imensamente ao suporte e à orientação recebidos da equipe do LABIOQUIM, especialmente do meu orientador, Fernando Zanchi, cuja orientação, expertise e apoio incondicional foram cruciais para o desenvolvimento do nosso projeto”,

declara Eduardo.

Para Fernando Zanchi, “uma virtude desta seleção é saber que outros cientistas avaliadores estão olhando e reconhecendo o trabalho desenvolvido pela Fiocruz Rondônia. Nossa ferramenta de avaliação computacional da interação molecular entre moléculas e alvos enzimáticos previamente definidos do Plasmodium falciparum – Plasmodocking está em fase de publicação e logo ganhará o mundo. Espero que possamos continuar a evoluí-la, ajudando pesquisadores a encontrar novas moléculas candidatas a fármacos contra a malária. Ao Eduardo, desejo todo o sucesso e reconhecimento a sua postura demonstrada até aqui. Esforçado e resiliente, com seu conhecimento tecnológico, vence, todos os dias as dificuldades que a vida nos traz nestas paragens amazônicas”, finaliza Zanchi.

O resultado final do prêmio será divulgado em abril. Os vencedores receberão premiação em dinheiro e a cerimônia será realizada durante a 76ª Reunião Anual da SBPC, que ocorrerá em julho na Universidade Federal do Pará (UFPA) em Belém/PA.

Texto: José Gadelha